segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Naquela estação.


Sem lágrimas,
sem manhas,
sem ressentimentos,
só pensamentos.
Assim se fez o fim,
que já não é mais fim,
se fez começo.
assim sem pedir licença, sei que em sua enssência se esconde apenas
certeza.
E com toda a sua beleza,o choro se fez depois,
veio com a noite,com as luzes da rua e com minha alma nua,crua
despida,
naquele momento eu era despedida,
uma vaga lembrança de meus tempos de criança,
um breve suspiro,
me inspiro,me contagio,um desvario,
e quando me tomo novamente,quase que em um repente,paro,penso,reflito...
lágrimas?pra quê?
Sigo em frente,vivo no mundo,estou em casa,estou em mim mesma.
alívio.
(Jéssica Bittencourt)



Quando você me ouvir cantar
Venha não creia eu não corro perigo
Digo não digo não ligo, deixo no ar
Eu sigo apenas porque eu gosto de cantar
Tudo vai mal, tudo
Tudo é igual quando eu canto e sou mudo
Mas eu não minto não minto
Estou longe e perto
Sinto alegrias tristezas e brinco
Meu amor
Tudo em volta está deserto tudo certo
Tudo certo como dois e dois são cinco
Quando você me ouvir chorar
Tente não cante não conte comigo
Falo não calo não falo deixo sangrar
Algumas lágrimas bastam pra consolar
Tudo vai mal, tudo
Tudo mudou não me iludo e contudo
A mesma porta sem trinco, o mesmo teto
E a mesma lua a furar nosso zinco
Meu amor
Tudo em volta está deserto tudo certo
Tudo certo como dois e dois são cinco
Meu amor
Tudo em volta está deserto tudo certo
Tudo certo como dois e dois são cinco
Meu amor
Tudo em volta está deserto tudo certo
Tudo certo como dois e dois são cinco
Cinco
(Como dois e dois - Caetano Veloso)

terça-feira, 9 de setembro de 2008

(Um parêntese)


Na madrugada vazia e sem assuntos, o medo costuma rondar minha mente,
medo do depois.
Pensei em como seria chato e enfadonho a eternidade sem dores,sem escuro,sem pecados.
Pensei também em como seria doloroso uma eternidade de sofrimento
e de como não faria o mínimo sentido se depois da Torre Eiffeil,do sol de todos os dias,do Pão de açucar e dos sorrisos,não existisse mais nada,se tudo simplesmente acabasse em um fechar de olhos.
Pensei que seria cruel se retornassemos várias vezes em personagens diferentes a um lugar que ao meu ver só tende a piorar e que seria mais cruel ainda não voltar a esse lugar.
Pensei,em como é estranho o fato das pessoas terem medo de quem já se foi,de quem um dia já foi de carne e osso e que provavelmente também teve medo do que se tornou.
Pra onde a gente vai depois daqui?Essa resposta tem sido minha maior ambição,o que sei,é que gosto daqui,gosto de estar aqui,gosto do que é humano,do que sangra e é paupável,gosto da dor e dos abraços,dos sorrisos e muitas vezes gosto também das lágrimas.
O medo tem sido meu pior inimigo.
Resolvi,não morrer.
Ou melhor,viver.






(Jéssica Bittencourt)


Sempre só
eu vivo procurando alguém
que sofra como eu também
mas não consigo achar ninguém

Sempre só
E a vida vai seguindo assim
Não tenho quem tem dó de Mim
Tô chegando ao fim

A luz negra de um destino Cruel
Ilumina um teatro sem cor
Onde eu tô representando o Papel
Do palhaço do amor

Sempre só
E a vida vai seguindo... vai Seguindo assim
Não tenho quem tem dó de Mim
Tô chegando ao fim

A luz negra de um destino Cruel
Ilumina um teatro sem cor
Onde eu tô representando o Papel
Do palhaço do amor

Sempre só
E a vida vai seguindo assim
Não tenho quem tem dó de Mim
Eu tô chegando ao fim

Eu tô chegando ao fim
Eu tô chegando ao fim
Eu tô chegando ao fim

(Luz Negra - Nelson do cavaquinho)

domingo, 31 de agosto de 2008

Hoje.



Hoje eu não quero fazer poeminhas com frases inteligentes,
Hoje eu não quero fazer músicas com palavras cultas e bem colocadas,
Hoje eu não quero ser a excessão das regras,a excessão já se fez regra.
Hoje eu quero falar...Talvez,sobre algo bem comum vindo de mim mesma,EU.
Cansei de tudo que vem de mim,quero dar um tempo,um tempo de mim.
Cansei dos excessos,da maquiagem,do copo e do mal estar do dia seguinte.
Cansei também de abraços afoitos,de sorrisos estéricos e de estar sempre em algum lugar que eu realmente não estou.
Cansei de ser eu mesma sempre,de falar , falar , falar...Conhecer pessoas novas,se importar com as antigas.
Eu quero um tempo sem mim.
Cansei também de fazer planos,de me assustar com o futuro e de querer sempre MAIS...da vida,das pessoas e de um futuro incerto que se pinta em uma tela escondida.
Não cansei de escrever...de cantar...de atuar,mas cansei de amar,até mesmo de pensar.
Cansei,do mundo,que insiste em girar cada vez mais rápido,e da má educação desse mundo que esquece palavras como,"Obrigada","Com licença","Boa tarde" e "Por favor".
Não cansei do Chico,Tom, Nara, Cazuza, Elis, Marisa,Clarice, Salvador, Gael e Almodóvar.
Não cansei da França,da Suécia,Itália,Alemanha,Portugal e das Guianas.
Cansei de algo aqui dentro,então,me ausento.
Eu vou e não volto mais...

(Jéssica Bittencourt)



Se alguém perguntar por mim
Diz que fui por aí
Levando um violão / debaixo do braço
Em qualquer esquina eu paro
Em qualquer botequim eu entro
E se houver motivo
É mais um samba que eu faço
Se quiserem saber / se volto diga que sim

Mas só depois que a saudade se afastar de mim
Só depois que a saudade se afastar de mim

Tenho um violão / pra me acompanhar
Tenho muitos amigos / eu sou popular
Tenho a madrugada / como companheira
A saudade me dói / o meu peito me rói
Eu estou na cidade / eu estou na favela
Eu estou por aí
sempre pensando nela

(Zé Keti - Diz que fui por aí)

domingo, 24 de agosto de 2008

De:Eu mesma;Para:mim mesma.



Voa passarinho,
alça teu vôo.
Leva contigo teus sonhos,
voa,passarinho,voa.
Em cada ninho que encontrares,
alegra-te.
Lança teus risos matinais em cada esmorecer.
Feliz aquele que tem vida,
Feliz aquele que enche os pulmões com vigor,
Feliz aquele que sabe ser,
vai passarinho,
Avante!
E se um dia tuas asas quebrarem,
Lembra-te do primeiro instante,
a euforia do início,o prazer do novo,
e recomeças tudo de novo.
Vai passarinho alça teu vôo!

(Jéssica
Bittencourt)






"A andorinha voou voou fez um ninho no meu chapéu e um buraco bem no meio do céu e lá vou eu como um passarinho como um bicho que sai do ninho,sem destino,nem sensatez"
(Milton Nascimento)

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Seção Nostalgia,mais uma vez.



Pausar,quase sempre me faz recordar.
Lembranças do que não vivi,
Nostalgia de onde nunca pisei.
Plágio de mim mesma.

Pausar,misto de emoções.

Sensação repentina,misto. Sanidade e maluquez.
Dentro das retinas vejo o que nunca vi,escuto o que nunca escutei,assim me mantenho na busca pela não-busca.
É como conhecer intimamente o doce e o amargo,suponho.
Pausa.

(Jéssica Bittencourt)




"— Eu queria propor-lhe uma troca de idéias...
— Deus me livre!"

(Mário Quintana)

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Não sou flor que se cheire.


Somos mais seduzidos por aquilo que não nos pertence, o igual por mais que seja sincero,é chato.

domingo, 13 de julho de 2008

Viva la vida.


e então,tudo se desfez.
o que era amor,se desamou.
e não tão diferente do anterior,o que era ódio,se fez amor.
o que me era desejo,me é repulsa.
o que era fogo,agora é cinza.
e não tão diferente disso,
o que era água,agora secou...
Interessante é não saber aonde esse seco,essa cinza
e essa repulsa irão levar,me guiar,pra onde?
Interessante mesmo é não saber.
Uma nova vida,em um novo Rio,tudo diferente,
novos óculos.
E o que eu deixo pra trás?Bom,deixa pra lá.


tudo mudou.como deve ser.e como sempre é;





e como diria meu caro Chris Martin,
Viva la vida!

sábado, 21 de junho de 2008

Cortantemente


A faca sempre apunhala o peito
quando fechasse
Tanto ao medo
evitando o amor que nunca tiraram de ti.
Se o desejo sente e suplica.
o que a mágoa cortantemente
Pune e leva todo o teu calor
Só restando dor.

(Flávia Bittencourt)

domingo, 15 de junho de 2008

cansei.


Enfim.
cansei de amar.
pseudo-amor talvez.
o que importa é que cansei.
e já nem me é desejo ser amada por outra alma.
já nem me é desejo ser duas almas em uma só.
basta a minha que são várias.
quero ser um só.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Alter ego.


Vi um egoísmo que estranhamente era muito generoso,
seus dentes refletiam muito bem a felicidade,mas de alguma
forma seus olhos desdiziam disso,escondiam alguma coisa.
Gostava de falar a verdade e de mentir pra si mesma.
Existia também um mistério e transparência inigualáveis.
A sua morenice era doce,era amarga...
Pocurava alguém para abraçar,quando encontrava,procurava como se desfazer desse abraço.
Era irritadiça e cordial,se denominava coragem e em horas apontava indícios
de fraqueza.
Havia ali uma sensibilidade aguda,que tão assustadoramente se convertia
em frieza.
Apreciava a vida,e em mesmo compasso tinha uma indisposição enorme de viver.
Era determinada na luz e no escuro,desistia fácil de seus ideais.
Parecia contraditório,mas me era muito normal.
Vi ali,o espelho!

(Jéssica Bittencourt)



"É que narciso acha feio o que não é espelho...porque és o avesso do avesso do avesso do avesso..."

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Sua canção



Passa-se tempo.
Sereno já para,
e um passo fundo nas mãos.
Voa no mundo,me dá o meu rumo,
pra que eu não caia no chão.

Cuidado,momento,lorota,galocha.
firmeza na sua mão.
SE UM DIA EU DESCUBRO O FINAL DISSO TUDO,QUEM SABE CHOVE A RAZÃO?
nesse mundo que roda,roda,você tem seu papel que muito importa...
Prossiga sua canção.


(Flávia Bittencourt)

sexta-feira, 2 de maio de 2008

A incógnita.


Como é fascinante a raça humana.
Como é fascinante o não saber sobre si próprio.
O não saber se é concretizado em nós mesmos,em cada milímetro perfeito se revela uma incapacidade de entendimento.
Nós somos a inteligência ainda ignorante,o entender não entendido,a beleza padronizada,o natural anti-natureza.
Somos tudo aquilo que na verdade não dizemos ser,que não queremos ser.
Somos a contradição,a mesmisse,a futilidade,o provincianismo,a insegurança.
E principalmente,somos a incógnita...a incógnita...e a incógnita.





Não fui eu, foi meu Eu lírico!

terça-feira, 29 de abril de 2008

Apenas mais uma de arte.

(Nascimento do Novo - Salvador DALÍ)







(Nascimento da Arte-Jéssica Bittencourt)

Devoro arte como me devoro,necessito-a,alimento-me e arte.
Me devoro,e arte.
E me sinto bem,e me sinto artista,me sou.
Devoro a arte,como-a, e arte.
Sou coadjuvante de mim mesma.
Arte,protagonista em cada milímetro de meu ser.
Nasci em ti e assim permaneço.
Em todos os movimentos sou arte.
Em cada passo.
Em cores,movimentos,personagens e sons.
Sou arte.
Me tomo,me devoro e arte.
Arte em tudo o que vejo,em tudo o que sinto.
Em tudo o que desejo,em tudo o que sou.
Me tenho como arte.

Em vezes Miró,DALÍ e Staninlaviski,noutras Chico e Agenor.
Me misturo e ,me sou arte,me devoro como como a arte que em
minhas veias passeia sem esforço.
Me sou arte,me mantenho em
ARTE!

domingo, 27 de abril de 2008

Arte em mim.

Eu escrevo sem pensar em como pensar,um modo meio dadaísta de escrever,e consequentemente um modo meio dadaísta de viver.Escrevo porque faz bem a minha alma,faz bem a minha calma.E revelando o meu lado mais maligno,pouco me importo com o que passa pela cabeça de quem lê,me desculpem a indelicadeza.

surrealismo puro.