segunda-feira, 22 de junho de 2009

Pax.




Me deixem errar, por favor!
Deixem que meus erros sejam de méritos meus,
não me digam o que fazer,
não me digam aonde aquela estrada vai dar,
não me digam o que seria mais cabível,
o que seria mais maduro,
o que seria mais bonito,
e nem mais digno.
Digno mesmo é errar,
o erro é o prólogo do acerto,
o erro engrandece,
o erro enobrece.
Não é feio errar,
não é repugnante,
não é sujo,
não é intragável,
e nem imaturo.
Imaturo é pensar que se deve acertar sempre,
é não aprender que o acerto
na verdade é fruto do erro.
Então, por favor,
por amor, me deixem errar!
Deixem que eu me quebre,
que eu me fure,
que eu me corte,
que eu me esgane,
que eu me traia.
Traia o que se julga certo,
e erre!
e erre com gosto,
com vontade,
com vontade de acertar.

(Jéssica Bittencourt)



Eu falo de amor à vida,
Você de medo da morte.
Eu falo da força do acaso
E você de azar ou sorte.
Eu ando num labirinto
E você numa estrada em linha reta.
Te chamo pra festa,
Mas você só quer atingir sua meta.
Sua meta é a seta no alvo,
Mas o alvo, na certa, não te espera.
Eu olho pro infinito
E você de óculos escuros.
Eu digo: "Te amo!"
E você só acredita quando eu juro.
Eu lanço minha alma no espaço,
Você pisa os pés na terra.
Eu experimento o futuro
E você só lamenta não ser o que era.
E o que era?
Era a seta no alvo,
Mas o alvo, na certa, não te espera.
Eu grito por liberdade,
Você deixa a porta se fechar.
Eu quero saber a verdade
E você se preocupa em não se machucar.
Eu corro todos os riscos,
Você diz que não tem mais vontade.
Eu me ofereço inteiro
E você se satisfaz com metade.
É a meta de uma seta no alvo,
Mas o alvo, na certa não te espera!
Então me diz qual é a graça
De já saber o fim da estrada,
Quando se parte rumo ao nada?
Sempre a meta de uma seta no alvo,
Mas o alvo, na certa, não te espera.
Então me diz qual é a graça
De já saber o fim da estrada,
Quando se parte rumo ao nada?

(Paulinho Moska - A seta e o alvo)

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Não há vagas.

Eu ando me descobrindo,
cada passo uma nova descoberta,
caindo,
levantando,
me peguei no flagra!
outro ser no mesmo ser.
Todo "ser" em um só ser.
Eu.
(Jéssica Bittencourt)




Rapte-me camaleoa
Adapte-me a uma cama boa
Capte-me uma mensagem à toa
De um quasar pulsando lôa
Interestelar canoa...
Leitos perfeitos
Seus peitos direitos
Me olham assim
Fino menino me inclino
Pro lado do sim...
Rapte-me
Me adapte-me
Me capte-meI
t's up to me
Coração
Ser querer ser
Merecer ser
Um camaleão...
Rapte-me camaleoa
Adapte-me ao seu
Ne me quitte pas...
(Caetano Veloso - Rapte-me camaleoa)



quarta-feira, 10 de junho de 2009

O mar


Lançaste teu amor ao mar,
ó pequena,
ainda hei de ver-te honrar.
Nesta cólera de angústias
não te vejo mais donzela,
já és mulher feita nesta tela.
Botaste teu amor em uma garrafa,
e nem o mais implacável dos mares o abafa.
Fechaste com a rolha,
não é a mais bela e pura das escolhas?
Mesmo de longe consigo sentir tua solidão,
por mais que insistas em sorrir com precisão.
Tua velha garrafa não é a única a boiar,
Também lançada a minha teima em ficar,
Pobre marinheiro há de encontrar.
(Jéssica Bittencourt)


Para minha queridíssima Mayara Oliveira.



É doce morrer no mar
nas ondas verdes do mar
A noite que ele não veio foi
foi de tristeza para mim
saveiro voltou sozinho
triste noite foi para mim
É doce morrer no mar
nas ondas verdes do mar
saveiro partiu de noite e foi
madrugada não voltou
o marinheiro bonito
sereia do mar levou
É doce morrer no mar
nas ondas verdes do mar
nas ondas verdes do mar
meu bem
ele se foi afogar
fez sua cama de noivo
no colo de Iemanjá
É doce morrer no mar
nas ondas verdes do mar
( Dorival Caimy - É doce morrer no mar)



terça-feira, 9 de junho de 2009

É...pode ser que a maré não vire...


Eu desejava que saíssem apenas coisas boas de minha boca
com relação a ti,
eu desejava te abraçar até que meus braços cansados
repousassem,
eu desejava te olhar com tanta ternura, até que tu pudesses
sentir o gosto doce de meus olhos ao te ver,
eu desejava te beijar profundamente até que tu perdesses
o fôlego,
eu desejava te sentir até que minha alma se fundisse a tua,
eu desejava te ouvir, apenas ouvir...
mas agora nem teu som me fascina,
e digo que é uma delícia te ter sem intenção,
e digo que é uma delícia não querer teu coração
agora me quero,
com a mesma ânsia que te queria.
(Jéssica Bittencourt)

Não venha querer se consolar
Que agora não dá mais pé
Nem nunca mais vai dar
Também, quem mandou se levantar?
Quem levantou pra sair
Perde o lugar
E agora, cadê teu novo amor?
Cadê, que ele nunca funcionou?
Cadê, que ele nada resolveu?
Quaquaraquaquá, quem riu?
Quaquaraquaquá, fui eu
Quaquaraquaquá, quem riu?
Quaquaraquaquá, fui eu
Ainda sou mais eu
Você já entrou na de voltar
Agora fica na tua
Que é melhor ficar
Porque vai ser fogo me aturar
Quem cai na chuva
Só tem que se molhar
E agora cadê, cadê você?
Cadê que eu não vejo mais, cadê?
Pois é, quem te viu e quem te vê
Todo mundo se admira da mancada que a Terezinha deu
Que deu no pira
E ficou sem nada ter de seu
Ela não quis levar fé
Na virada da maré
Mas que malandro sou eu
Pra ficar dando colher de chá
Se eu não tiver colher?
Vou deitar e rolar
O vento que venta aqui
É o mesmo que venta lá
E volta pro mandingueiro
A mandinga de quem mandingar
(Vou deitar e rolar - Baden Powell)