terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Desistir.


Desistir não faz parte do que sei,
não o sei,
nem o quero.
Desisitir é como achar que se sabe muito do futuro,
é caminhar, sentir os pés doloridos e amputa-los,
quando vejo no espelho, finjo que sei o que vejo,
mas sei... que não desisto.
desistir não faz parte de mim.
não é coisa minha,
de meus dedos, de meu corpo, de minha mente.
não é algo que brota em mim
nem que me dá vontade e passa de repente.
se o fosse, não seria eu,
desisto de entender quem desiste.
(Jéssica Bittencourt)

Sonetos de saudade.


Mais uma vez o cheiro, o frio
lembranças do que fomos,
desvario, desvario.
E então, nessa bagunça, onde ficamos?

Na inocência já tão pouco inocente de nossa juventude,
na neblina, no banco, nas montanhas,
um alarde, mais que tempestade.
Guardei, cravei em minhas entranhas, estranhas.

Eu aniquilei o sonho,
acabei com tudo que queriamos ser,
construi um moinho,

Não quis te ter,
te fiz tristonho,
Agora mais uma vez tenho que romper.

(Jéssica Bittencourt - Soneto da serra)



Nasci,
agora as palmas, os risos,
distantes do que vi,
saudade, passados.


amores ausentes,
data especial,
sorris, mas no fundo mentes,
a presença me seria enssencial.

A escolha da ausência foi minha,
a escolha de sentir saudade,não.
lembranças, casinha.


colorida, enfeitada, balão.
princesinha,
meu coração, no enorme saguão.


(Jéssica Bittencourt - Soneto da nostalgia)



Parece que dizes
Te amo, Maria
Na fotografia
Estamos felizes
Te ligo afobada
E deixo confissões
No gravador
Vai ser engraçado
Se tens um novo amor
Me vejo a teu lado
Te amo?
Não lembro
Parece dezembro
De um ano dourado
Parece bolero
Te quero, te quero
Dizer que não quero
Teus beijos nunca mais
Teus beijos nunca mais
Não sei se eu ainda
Te esqueço de fato
No nosso retrato
Pareço tão linda
Te ligo ofegante
E digo confusões no gravador
E desconcertante
Rever o grande amor
Meus olhos molhadosInsanos, dezembros
Mas quando me lembro
São anos dourados
Ainda te quero
Bolero, nossos versos são banais
Mas como eu espero
Teus beijos nunca mais
Teus beijos nunca mais
(Anos dourados - Chico Buarque)

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Aprazível.


profusão de confusão.
distração por conta de uma ilusão.
indecisão, uma interrogação.
indo pela intuição, pelo coração.
simples fascinação.
me é auto - destruição, escuridão.
mais que uma canção, tanta emoção.
traição?
a razão?Escorpião.
meu furacão.


agora vem, e me mata com teu veneno!


(Jéssica Bittencourt)





Quero ficar no teu corpo
Feito tatuagem
Que é prá te dar coragem
Prá seguir viagem
Quando a noite vem...
E também prá me perpetuar
Em tua escrava
Que você pega, esfrega
Nega, mas não lava...
Quero brincar no teu corpo
Feito bailarina
Que logo se alucina
Salta e te ilumina
Quando a noite vem...
E nos músculos exaustos
Do teu braço
Repousar frouxa, murcha
Farta, morta de cansaço...
Quero pesar feito cruz
Nas tuas costas
Que te retalha em postas
Mas no fundo gostas
Quando a noite vem...
Quero ser a cicatriz
Risonha e corrosiva
Marcada a frio
Ferro e fogo
Em carne viva...
Corações de mãe, arpões
Sereias e serpentes
Que te rabiscam
O corpo todo
Mas não sentes...

(Tatuagem - Chico Buarque)

domingo, 11 de janeiro de 2009

Furacão.




Hoje estou só para mim,
ao meu ver, nem é tão ruim,
nem meus fantasmas tem vez,
só eu e minha embriaguez.

Sem norte, sem rumo.
nem leste e nem oeste me encontraram hoje.
me consumo.
me vi aqui, como se ontem estivesse esquecido de hoje.
hoje, um resumo de nada, um resumo.

Quando não se sabe o que fazer, o que se faz?
eu, minha cama, alguns livros ...
isso me traz?
são sonhos, os que me fazem acordar, sonhos.

Hoje estou só para mim
e ao contrário do que pensei, é sim tão ruim,
meus fantasmas, todos tem vez,
um por um, de cada vez.
E minha solidão? sempre ali, tão presente,
Em mente.
Nunca sucumbe ao pó.
a única companhia que me faz sentir SÓ.

Hoje estou só para mim
Hoje estou dentro de mim.
estou para meu egocentrismo,
meu pessimismo.
minha solidão,
mais tarde, uma bela canção,
Piaf, Chico, Tom, qualquer uma que me traga emoção.

Hoje estou só para mim.

(Jéssica Bittencourt)



"Quero cheirar fumaça de óleo diesel, me embriagar até que alguém me esqueça."
(Cálice - Chico Buarque)









Você diz que não me reconhece, que não sou o mesmo de ontem
E que tudo o que eu faço e falo não te satisfaz
Mas não percebe que quando eu mudo é porque
Estou vivendo cada segundo e você
Como se fosse uma eternidade a mais
Sou um móbile solto no furacão...
Qualquer calmaria me dá... solidão
Na última vez que troquei meu nome
Por um outro nome que não lembro mais
Tinha certeza: ninguém poderia me encontrar
Mas que ironia minha própria vida
Me trouxe de volta ao ponto de partida
Como se eu nunca tivesse saído de lá
Sou um móbile solto no furacão
Qualquer calmaria me dá... solidão
Quando a âncora do meu navio encosta no fundo, no chão
Imediatamente se acende o pavio e detona-se minha explosão
Que me ativa, me lança pra longe pra outros lugares, pra novos presentes
Ninguém me sente...Somente eu posso saber o que me faz feliz
Sou um móbile solto no furacão
Qualquer calmaria me dá... solidão

(Um móbile no furacão - Moska)





segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

?



Fazia tempo que eu nao postava aqui e os últimos 2 posts foram
pura loucura das madrugadas que costumo ficar acordada na minha nova casa, na minha nova cidade.
mistura de alcool,pensamentos,sentimentos, saudade,vontade e fumaças.
prometi que não faria misturas nesse post...

Odeio quem fala "beijosmeliga", odeio quem é mal-educado, odeio quem não gosta de artes,quem não se deixa ser livre, odeio quem odeia!
mas amo muita coisa, amo a mim mesma, amo as pessoas,é fascinante ver o que elas são capazes de fazer, amo a literatura, o teatro, a música, as cores, amo a madrugada e todos os fantasmas do passado... amo a melodia, o batucado, o respirar...apesar de tudo,amo o meu país, amo a liberdade, amo voar,viajar, atuar,ajudar, amo a vida e todos os problemas que ela me traz.

Dentro disso tudo, me lembrei da minha primeira peça, do palco, da luz, do nervosismo e da inocência, já fazem quase 10 anos desde que eu encontrei meu primeiro amor, o teatro.É onde me encontro, onde posso ser a princesa que nunca fui, o palhaço do qual eu nunca ri, a borboleta e voar, voar, tão alto....

voar...voar tão alto...aqui? também.





Foi ai então que percebi que NÃO sei NÃO fazer misturas.




a minha querida e preferida companheira de todas as madrugadas:

Eu faço samba e amor até mais tarde
E tenho muito sono de manhã
Escuto a correria da cidade que arde
E apressa o dia de amanhã
De madrugada a gente 'inda se ama
E a fábrica começa a buzinar
O trânsito contorna, a nossa cama reclama
Do nosso eterno espreguiçar
No colo da bem vinda companheira
No corpo do bendito violão

Eu faço samba e amor a noite inteira
Não tenho a quem prestar satisfação

Eu faço samba e amor até mais tarde
E tenho muito mais o que fazer
Escuto a correria da cidade. Que alarde!
Será que é tão difícil amanhecer?
Não sei se preguiçoso ou se covarde
Debaixo do meu cobertor de lã

Eu faço samba e amor até mais tarde
E tenho muito sono de manhã.

(Samba e amor - Chico Buarque)

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Luz


São os olhos...
Sempre os olhos...
me perco...
são meus.
me venderia...se pudesse.
de quem? meus, nesse momento, meus.
arco-íris, carvão em brasa, já os são.
eu os tenho bem aqui na minha mão.
nem sei se algum dia diria não.
E nem o posso, me paralisam
mar negro, luz da noite, me embreagam.
quero mergulhar, te achar,me achar,nos achar.
Gritam!Querem sempre dizer alguma coisa,
suavemente, sutilmente, gritam pela juventude.
pequeninos..olhinhos.
Tanta Luz, me afogo.
E nem sabem.. E nem imaginam... E nem me leem.
Eu sei, eu imagino, eu leio.
São os olhos...
Sempre os olhos.

(Jéssica Bittencourt)


Gosto quando olho pra você
Gosto mais quando seu olho vem
Na direção do meu
Na direção do meu
Na direção do meu
Gosto ainda mais quando esquecemos
Onde estamos e olhando em volta escolhemos
A mesma coisa pra olhar
A mesma coisa pra olhar
A mesma coisa pra olhar
Gosto quando olho com você o mundo
E gosto mais do mundo quando posso olhar pra ele com você
Gosto mais do mundo quando posso olhar pra ele com você
Gosto mais do mundo quando posso olhar pra ele com você
Na direção do meu
Na direção do meu
A mesma coisa pra olhar
A mesma coisa pra olhar
Gosto quando olho com você o mundo
E gosto mais do mundo quando posso olhar pra ele com você
Gosto mais do mundo quando posso olhar pra ele com você
Gosto mais do mundo quando posso olhar pra ele com você
Gosto mais do mundo quando posso olhar pra ele...com você
(Seu olhar - Moska)