quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

O vôo.


Ela quis voar...
Se despediu e foi embora,
não sorriu como costumava sorrir
e nem desejou o que costumava desejar.
Sentia o peso do mundo, desistiu de carrega-lo.
Desistiu do amor, da dor,
da paixão, da multidão,
do abraço, do laço,
do verde e da sede.
Voou para o nada,
voou sem saber qual era a próxima escala,
sem passagem de volta...
Respirou fundo, atou o cinto,
e sem pensar mais, se foi...
E agora? Sorri em que lugar? Em lugar nenhum? Em um bem melhor lugar?
Sorri em cada um que fora junto dela,
sorri nas lembranças, estas que nunca hão de ir com ela.
Simplesmente voou...
Se despediu e foi embora.

Para alguém que não me conhecera tão profundamente, mas decidira voar.
Também para outro alguém, outro queridíssimo e saudoso alguém, que em um passado não muito distante, decidira voar também.
Voem juntas queridas, como pássaros, voem juntas minhas queridas... mas não esqueçam de voar por aqui, mas não esqueçam de sorrir por aqui.
Aos amigos, estes muitos em comum, digo que espero que encontrem a mesma força que encontrei a alguns anos atrás,
e que aceitem, devemos sempre aceitar a decisão de quem amamos, por mais dolorosa que nos seja.
em memória a Raphaela Palácio e Bebel.
(Jéssica Bittencourt)

6 comentários:

felipeabreuu disse...

Voar voar voar...
Sempre queremos ter aquilo que não temos, mas quando temos não damos o valor que merece. Talvez seja por isso que muitas pessoas procuram o que desejam de uma outra forma, uma forma mais fácil... pra elas =\

Vi. Colvara disse...

Caraca, me emocionei.
Minha futura atriz, escritora, e tudo o que a tua imaginaçao te permitir.
Torço por ti, hoje e sempre
Beijinhos

404 Not Found Again disse...

já te disse que tá lindo né? gostei muito, tu soubeste o que dizer pra homenagea-las.
:*

Fóssil disse...

Não vou sequer fingir que imagino a dor das pessoas qeu não puderam segurar esses vôos... aceita-se, porque nada há mais a fazer. Mas parece tão pouco... só espero que, para aquelas que voaram, tenham encontrado a leveza que procuravam;

Márcia, vulgo Feto disse...

Me deixou sem palavras Bitten... Lindo, simplesmente.

Junkie Careta disse...

Minha atriz predileta...

Sensível e delicada homenagem. No surprises, vindo de você.Quem somos nós pra entender o mundo interior das pessoas quando sequer conseguimos entender o nosso?

Tô falando de pessoas intensas como vc no meu último post, e do preço que se paga por isso, e as consequências que essa intensidade tem nas nossas vidas e na de quem nos rodeia.apareça quando tiver um tempinho.

Bjo