segunda-feira, 18 de maio de 2009
Au revoir, ralé.
Depois que tive pensamentos agressivos e infantis,
Depois que minha admiração se converteu em asco e meu respeito em repulsa,
refleti bem sobre a vida....
Tive a oportunidade de me sujar com o podre da lama...
E digo oportunidade, porque foi uma espécie de presente que a vida me entregou.
O podre da lama!Para que mais uma vez eu refletisse e me encontrasse
em uma rua, em um pôr do sol ou no simples chacoalhar das folhas ao vento.
E não é um peito machucado que diz isto, muito menos um coração dilacerado,
estes falam amargamente e agem por impulso.
Falo agora com a razão, esta que sabe ser sutil, doce e sábia quando deve ser.
Intragável ou não, a vida tem mania de nos testar, testes estes que muitas vezes
nos fazem agir de formas errôneas em nosso próprio conceito. Serão sempre sábias escolhas aquelas que tomamos sem titubear, pelo simples fato de fazermos aquilo que no momento nos é cabível com convicção e certeza.E ter convicções e certezas, por mais que momentâneas, em uma vida tão cheia de questionamentos, é no mínimo admirável.Não costumo confiar em quem é inseguro, me parece sempre que pessoas deste tipo agem seguindo um roteiro, um cronograma e a vida pede leveza, espontaneidade .Na minha concepção talvez um pouco extremista e radical, ninguém gosta pela metade, ninguém ama pela metade e ninguém pode se doar pela metade, ou é ou não é,todo ser humano é frágil e corruptível, e cabe apenas a nós a escolha entre passar pela vida ou a de ver a vida passar. Pelo incrível que pareça, muitas destas coisas eu aprendi observando não a vida, mas morte e o que ela nos representa.Depois que a lama se converteu em sabedoria, depois que minha razão tomou de volta o controle central de meu ser, percebi tanta coisa ao meu redor, tanta coisa que meus olhos impregnados de rancor não poderiam enxergar.
(Jéssica Bittencourt)
E como diria meu caro Augusto Boal,
" Somos todos 'espect-atores' ", agora
creio mais nisto do que em toda a história
da criação da Terra.
Amar como eu te amei, ninguém
Mas foi só provar do teu veneno
Eu fiquei largado no sereno
Aí me transformei
Já sei gostar de mim também
Chorar como eu chorei, ninguém
Mas chorar foi meu contra-veneno
Pois depois do meu pranto moreno
Eu me purifiquei
E agora eu já me sinto bem
Em teus braços fui brinquedo
Feito pedra falsa, furta-cor
No sereno eu vi que era um rochedo
Jóia de botar no dedo
Gema de minerador
Venha pro clarão da lua
Vamos ver quem tem real valor
Quem for o brilhante continua
E quem for pedra da rua
Vira anel de mercador
(Roberto Ribeiro - Pedra FALSA)
quinta-feira, 14 de maio de 2009
Delírios.
Eu gosto do que me gasta,
do que me vira a cabeça,
do que não tem pudor.
Eu gosto do que me estraga,
do que me faz sentir pavor,
do que me faz sentir prazer.
Eu gosto do que me é irresistível,
do que me enlouquece,
do que me faz perder o controle.
Eu gosto do que me é veneno,
do que me faz gargalhar,
do que me faz berrar.
Só assim me sinto,
Só assim sou,
Só assim tenho,
Só assim posso,
Só assim.
(Jéssica Bittencourt)
Muito do que eu faço
Não penso, me lanço sem compromisso.
Vou no meu compasso
Danço, não canso a ninguém cobiço.
Tudo o que eu te peço
É por tudo que fiz e sei que mereço
Posso, e te confesso.
Você não sabe da missa um terço
Tanto choro e pranto
A vida dando na cara
Não ofereço a face nem sorriso amarelo
Dentro do meu peito uma vontade bigorna
Um desejo martelo
Tanto desencanto
A vida não te perdoa
Tendo tudo contra e nada me transtorna
Dentro do meu peito um desejo martelo
Uma vontade bigorna
Vou certo
De estar no caminho
Desperto.
(Lenine - Martelo Bigorna)
segunda-feira, 11 de maio de 2009
De que me vale.
Sigo assistindo a esse ballet horroroso que dançamos,
tanta coisa que não consegue sair de minha boca,
teus lábios,
parados,
aqui.
A cada passo do ponteiro é mais um milímetro
teu que me é tirado,
te perco,
me perco,
em ti.
E vamos no compasso
de um relógio descompassado,
de um ballet desritmado.
Sigo assistindo.
Existindo.
Resistindo.
(Jéssica Bittencourt)
Tire o seu sorriso do caminho
Que eu quero passar com a minha dor
Hoje pra você eu sou espinho
Espinho não machuca a flor
Eu só errei quando juntei minh'alma à sua
O sol não pode viver perto da lua
É no espelho que eu vejo a minha mágoa
É minha dor e os meus olhos rasos d'água
Eu na tua vida já fui uma flor
Hoje sou espinho em seu amor
Tire o seu sorriso do caminho
Que eu quero passar com minha dor
Hoje pra você eu sou espinho
Espinho não machuca a flor
Eu só errei quando juntei minh'alma à sua
O sol não pode viver perto da lua
(O espinho e a flor - Nelson Cavaquinho)
sexta-feira, 1 de maio de 2009
Podia ter dormido sem essa.
Ali senti raiva de todos os seres da terra,
eu, ser terráquio, também era digna de minha própria raiva.
Lembrava do teu beijo e já nem me fazia sentido,
era nojo o que fazia sentido.
Vi naquele momento meus fantasmas gargalhando de minha desgraça.
Queria gritar, mas calei,
sem entender muito bem o que acontecia,
paralisada, prestava
atenção em coisa nenhuma.
Teimava em rodear em pensamentos insignificantes, que
não me levavam a lugar nenhum,
uma espécie de tentativa frustrada de solução.
era bem audível o cheiro dos meus olhos que soluçavam sem titubear.
água e dor, água e dor.
ardor.(Jéssica Bittencourt)
Devagar
Esquece o tempo lá de fora
Devagar
Esqueça a rima que for cara.
Escute o que vou lhe dizer
Um minuto de sua atenção
Com minha dor não se brinca
Já disse que não
Com minha dor não se brinca
Já disse que não.
Devagar
Esquece o tempo lá de fora
Devagar
Esqueça a rima que for cara.
Escute o que vou lhe dizer
Um minuto de sua atenção
Com minha dor não se brinca
Já disse que não
Com minha dor não se brinca
Já disse que não.
Devagar, devagar com o andor
Teu santo é de barro e a fonte secou
Já não tens tanta verdade pra dizer
Nem tão pouco mais maldade pra fazer.
E se a dor é de saudade
E a saudade é de matar
Em meu peito a novidade
Vai enfim me libertar.
Devagar...
(Samba de um minuto - Roberta Sá)
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